Câncer de Mama

segunda-feira, 2 de novembro de 2020

Câncer de Mama

Histórico familiar

Há alguns critérios para identificar mulheres com risco genético aumentado de desenvolverem um câncer de mama:

02 ou mais parentes de primeiro grau com câncer de mama

01 parente de primeiro grau e 02 ou mais parentes de segundo ou terceiro grau com a doença

02 parentes de primeiro grau com câncer de mama, um deles antes dos 45 anos

01 parente de primeiro grau com câncer de mama bilateral

01 parente de primeiro grau com câncer de mama e um ou mais parentes com câncer de ovário

01 parente de segundo ou terceiro grau com câncer de mama e dois ou mais com câncer deovário

03 ou mais parentes de segundo ou terceiro grau com câncer de mama

02 parentes de segundo ou terceiro grau com câncer de mama e um ou mais com câncer deovário.

Idade

As mulheres entre 40 e 69 anos são as principais vítimas de câncer de mama. Isso porque o tempo de exposição ao hormônio estrógeno já ocorreu por décadas e atinge o seu máximo. A partir dos 50 anos, particularmente, os riscos entram em uma curva ascendente.

Menstruação precoce e menopausa tardia

A relação entre menstruação e câncer de mama está no fato de que é no início desse período que o corpo da mulher passa a produzir quantidades maiores do hormônio estrógeno. Esse hormônio em quantidades elevadas facilita a proliferação desordenada de células mamárias, podendo resultar na formação um tumor em algumas mulheres mais suscetíveis. Quanto mais intensa e duradoura a ação do hormônio nas células mamárias, maior a chance. Se a primeira menstruação ocorre por volta dos 9 ou 10 anos de idade, é porque os ovários intensificaram a produção do hormônio cedo e, assim, o organismo ficará exposto ao estrógeno por mais tempo no decorrer da vida da mulher.

A menopausa tardia segue a mesma lógica, pois enquanto a menstruação não cessa, os ovários continuam a produzir o estrógeno, deixando as glândulas mamárias mais expostas ao crescimento celular desordenado nas mulheres com maior risco.

Reposição hormonal

Muitas mulheres procuram a reposição hormonal para diminuir os sintomas da menopausa. Mas essa reposição – principalmente de esteroides, como estrógeno e progesterona – pode aumentar as chances de câncer de mama. Na menopausa, os tecidos ficam ainda mais sensíveis à ação do estrógeno, já que os níveis desse hormônio estão baixos devido à ausência de sua produção pelo ovário. Como alternativa à reposição hormonal, é indicada a prática de exercícios físicos e uma dieta balanceada.

Colesterol alto

O colesterol é a gordura que serve de matéria prima para a fabricação do estrógeno. Dessa forma, mulheres que altos níveis de colesterol tendem a produzir esse hormônio em maior quantidade, aumentando o risco de câncer de mama.

Obesidade

O excesso de peso é um fator de risco para o câncer de mama principalmente após a menopausa. Isso porque a partir dessa idade o tecido gorduroso passa a atuar como uma nova fábrica de hormônios. Sob a ação de enzimas, a gordura armazenada nas mamas, por exemplo, é convertida em estrógeno. O alerta é mais sério para aquelas que apresentam um índice de massa corporal (IMC) igual ou superior a 30. A redução de apenas 5% do peso já cortaria quase pela metade os riscos de desenvolver os principais tipos de câncer de mama.

Ausência de gravidez

Mulheres que nunca tiveram filhos têm maior chance de desenvolver câncer de mama devido à ausência de amamentação. Quando a mulher amamenta, ela estimula as glândulas mamárias e diminui a quantidade de hormônios, como o estrógeno, em sua corrente sanguínea.

Lesões de risco

Já ter apresentado algum tipo de alteração na mama não relacionada ao câncer de mama também pode aumentar as chances do surgimento de tumores. Dessa forma, pequenos cistos ou calcificações encontrados na mama, ainda que benignos, devem ser acompanhados com atenção.

Histórico de câncer de mama

Pacientes que já tiveram câncer de mama têm mais chances de apresentar outro tumor. Nesse caso, o câncer de mama é chamado de reincidente e, se ocorrer na mesma mama, diz-se que apresentou uma recidiva.

Qual a porcentagem de cânceres de mama que acontecem por conta da mutação genética?

A população geral tem cerca de 10 a 12% de riscos de desenvolver a doença. De acordo com a Sociedade Brasileira de Mastologia, a presença da mutação entre os casos de câncer de mama gira em torno de 5 a 10%, sendo que 5% de todos os cânceres de mama são em mulheres que apresentam a mutação genética BRCA-1 ou 2. Por isso, amaneira mais segura de prevenir é realizar anualmente a mamografia e visitar regularmente o Mastologista, seguindo as suas orientações.

Uma pessoa que tem risco comprovado para câncer de mama pode fazer uma preventiva?

Mulheres com alto risco para câncer de mama pode, sim, optar por fazer a mastectomia preventiva. A mastectomia preventiva mamária consiste na retirada da região interna da mama – ou seja, da glândula mamária juntamente com os ductos mamários – que são os locais onde podem acontecer a formação de um tumor. Comeste procedimento os riscos de câncer reduzem em até 90% nestas mulheres. Porém ainda persiste 10% de chance devido à preservação de parte do tecido mamário, aréola e mamilo. Na cirurgia deve-se remover ambas as mamas, daí a denominação de dupla mastectomia preventiva.

Existem também tratamentos que usam os chamados anti-hormônios ou moduladores hormonais, que inibem a produção de estrógeno e impedem as células da mama de se multiplicarem. Esse tratamento, no entanto, é recomendado apenas para cânceres de mama hormonais – ou seja, que acontecem ou podem acontecer em decorrência de alterações hormonais – não sendo indicado para pessoas que tem o risco genético, por exemplo.

Para pacientes com risco genético, uma alternativa é redobrar a atenção e acompanhamento das mamas, com exames de rastreamento, como a ultrassonografia mamária e a mamografia digital, em intervalos de tempo mais curtos, a cada 06meses, por exemplo, dependendo do que o seu médico considerar mais seguro. O objetivo nesse caso é identificar o câncer numa fase precoce e realizar o tratamento de cura a partir desse diagnóstico inicial.

REFERÊNCIAS:

Ministério da Saúde
Sociedade Brasileira de Mastologia
Sociedade Brasileira de Oncologia

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