terça-feira, 3 de novembro de 2020
No Brasil, ocâncer de esôfago (tubo que liga a garganta ao estômago) é o 6º mais frequenteentre os homens e 13º entre as mulheres, excetuando-se o câncer de pele tiponão-melanoma (o mais comum de todos).O tipo de câncer de esôfago mais frequenteé o carcinoma epidermóide escamoso, responsável por 96% dos casos. Outro tipo,o adenocarcinoma, vem aumentando significativamente nas últimas décadas,principalmente em associação com a esofagite de refluxo gastroesofágico.
Paraprevenir, é importante adotar dieta rica em frutas e legumes, evitar o consumofrequente de bebidas muito quentes, alimentos defumados, bebidas alcoólicas ederivados do tabaco, considerando que o tabagismo é o principal fatorenvolvido. Estão também associados à maior incidência desse tumor, históriapessoal de câncer de cabeça, pescoço ou pulmão; infecção pelo papiloma vírushumano –
Na sua faseinicial, o câncer de esôfago não apresenta sinais. Porém, com a progressão dadoença, alguns sintomas são característicos, como dificuldade ou dor aoengolir, dor retroesternal (atrás do osso do meio do peito), dor torácica,sensação de obstrução à passagem do alimento, náuseas, vômitos e perda doapetite.
Na maioriadas vezes, a dificuldade de engolir (disfagia) já sinaliza doença em estágioavançado. A disfagia progride de alimentos sólidos até pastosos e líquidosconforme o grau de obstrução. A perda de peso pode chegar a 10% do pesocorporal ou até maior.
Pessoas que sofrem de acalasia, tilose, refluxogastroesofágico, síndrome de Plummer-Vinson e esôfago de Barrett têm maischances de desenvolver o tumor. Por isso, devem procurar o médico regularmentepara a realização de exames.
A detecçãoprecoce é muito importante, já que a doença é bastante agressiva, devido aoesôfago não possuir membrana. Com isso, há infiltração das células cancerosasnas estruturas vizinhas ao órgão, disseminação para os gânglios linfáticos emetástases (surgimento da doença em órgãos distantes) com grande frequência.
Odiagnóstico é feito através da endoscopia digestiva (exame de imagem queinvestiga o interior do tubo digestivo), de estudos citológicos (das células) ede métodos com colorações especiais. Com o diagnóstico precoce, as chances decura podem atingir 98%. Na presença de disfagia (dificuldade de engolir) paraalimentos sólidos é recomendado estudo radiológico contrastado e tambémendoscopia com biópsia ou citologia para confirmação.
Para tumoresiniciais pode ser indicada a ressecção endoscópica (acesso pela boca, semnecessidade de cortes). No entanto, este tipo de tratamento é bastante raro.
Na maioriados casos, o tratamento é realizado através de cirurgia radical, podendo ou nãoser precedida de radioterapia e quimioterapia, a depender do estadiamentoinicial. Após a cirurgia pode ser necessária quimioterapia adjuvante.
Conforme aextensão da doença, o tratamento pode ser unicamente paliativo (sem finalidadecurativa), através de quimioterapia ou radioterapia. No leque de cuidadospaliativos também dispõe-se de gastrostomia (orifício no abdomen para injetaros alimentos no estômago), dilatações com endoscopia, colocação de prótesesautoexpansivas (para impedir o estreitamento do esôfago) e braquiterapia(radioterapia com sementes radioativas).
Fonte:www.inca.gov.br